REPRESENTATIVIDADE IMPORTA! Companha de Natal do Boticário traz enredo com protagonismo preto
Se ver representado (bem representado) na mídia e no entretenimento é empoderador, pois traz ênfase para a nossa existência, amplia nossas noções do que podemos ser e fazer, e desafia aquela implicação latente de que temos menos importância. Sim, o povo preto pode estar em qualquer lugar. A representatividade na mídia é mais um meio de dar espaço e voz para os grupos que não conseguem se fazer ouvir na vida real, ou mesmo que são fortemente incompreendidas e hostilizadas. A mídia é um ambiente que devemos ocupar, para que nossas vozes alcancem “a maioria” e possamos evoluir enquanto sociedade.
Hoje compartilho com vocês a campanha do Boticário, que lança olhos sobre o protagonismo preto, que essa iniciativa se perpetue cada vez mais.
Sobre o enredo:
É década de 80. E como toda criança, o protagonista do novo filme que o Boticário apresentou, dia 20 – Dia da Consciência Negra –, também adora o Natal. Observador, o menino registra na memória as diversas imagens temáticas, incluindo os festejos em sua própria casa, e todas remetem a um mesmo padrão estético para o Papai Noel. “Com tanto Papai Noel no mundo, por que nenhum era como eu?”, questiona o garoto. Corta para 2020 e tudo o que ele desejou e acreditou ser possível lá atrás fez a diferença. Agora, ele é não apenas o protagonista do comercial, mas desta festa que compartilha e comemora o amor entre as pessoas: um Papai Noel negro.
O Boticário é uma marca que consumo e que tenho muitas memórias afetivas ligadas aos seus produtos/experiências. Mas, sem dúvidas essa me marcou muito. O comercial traz a história que compõe uma série de iniciativas preparadas pelo Boticário para celebrar o Natal de 2020.
Em uma sociedade tão desigual e excludente como a que vivemos, a mídia pode ser o maior veículo de aproximação de grupos diferentes entre si. Nesse sentido, a representatividade no cinema e na televisão exercita a nossa empatia ao fazer com que nos coloquemos no lugar de pessoas que têm experiências diferentes das nossas próprias. Sim, representatividade importa!
COLUNA #91 LIFE STYLE – JORNAL TRIBUNA INDEPENDENTE
Uma edição importante e necessária, vale conferir!
Moda com essência
Conversamos com Tenka Dara, Diretora Criativa da Baobá-Brasil, marca pioneira da moda afro-brasileira
Ampliar conhecimentos é sem dúvidas a melhor forma de se despir dos preconceitos e estabelecer uma nova amplitude de sentidos. A inquietude criativa de Tenka Dara, à frente da Baobá-Brasil, tem aberto novos caminhos para moda afro-brasileira. A marca está no mercado há 14 anos e é fruto de uma conexão da Diretora Criativa com Moçambique. O momento de efervescência nos debates sobre a cultura negra conectou o TUDO a essa talentosa Designer que desenvolve mais do que roupas, existe uma proposta de mundo e de estética em cada peça.
Filha de dois importantes militantes do movimento negro, Tanka Dara, hoje aos 40 anos, se formou em Artes Cênicas e Comunicação, mas encontrou na moda um dos seus principais instrumentos de luta e resistência. Ao visitar sua mãe no ano de 2005 que vive em Moçambique, ela ficou completamente encantada com os tecidos africanos e voltou para São Paulo com o desejo de produzir algo com tudo que tinha visto e vivenciado. E foi desse encontro que nasceu a marca. Ela trouxe diversas capulanas para o Brasil, esse tecido multifuncional estampado com padrões africanos norteou suas criações que trazem a proposta afro-urbana com uma identidade e modelagem muito brasileira.
Foto: Renata Duarte
Nesses 14 anos muitas coisas aconteceram, a jornalista paulista migrou para o Rio de Janeiro na intenção de desenvolver seus trabalhos com comunicação visual. Inicialmente a marca que era um projeto em anexo, e começou de forma despretensiosa pelo gosto da criadora em se vestir e do desejo de ter roupas que a representassem, não demorou muito para perceber que existia uma demanda no mercado. Muitas pessoas queriam vestir essa identidade e em pouco tempo o que era uma experiência com roupas se transformou em uma loja e um negócio.
Tanka Dara tem uma narrativa muito forte, e entre os muitos ensinamentos ela destaca a moda como um ato político: “Estética é política, quando assumimos uma identidade no vestir levamos para um mundo um discurso, que é extremamente importante, o que escolhemos como fala no que a gente veste interfere no mundo, porque a roupa fala! Se você escolhe uma roupa que te deixe igual a todo mundo, você fez uma opção, mas quando escolhe uma roupa que fala sobre você, sobre o que acredita, sobre a sua identidade, a sua origem, a sua alma, você afirma para o mundo essa identidade e leva a possibilidade de viver essa pluralidade”, nos contou durante a entrevista.
A moda tem um papel extremamente importante na mudança e na construção do mundo, precisamos estar atentos ao que vestimos, ao que escolhemos comprar, e a criadora reforça a importância de consumir de pessoas e projetos que queremos verdadeiramente apoiar.
O mercado ainda é fechado para moda afro, é um segmento a parte da moda brasileira. “Não sei se tenho interesse real em fazer parte da moda brasileira, mas sim de interferir no que é a moda brasileira e isso é um grande desafio porque as nossas vozes ainda são apagadas, a nossa estética é vista como algo folclórico, como algo secundário”. No entanto é preciso mais do que nunca ter clareza que a identidade brasileira é determinada pela presença negra. Apoiar projetos como a Baobá-Brasil é desconstruir esse cenário tão eurocentrado e branco que temos na moda atualmente.
Em nossa coluna LIFESTYLE sempre queremos abordar a moda sob as perspectivas amplas, que englobem política, economia e questões sociais. Para uma melhor compreensão das temáticas. Diante do cenário acalourado sobre o racismo que estamos enfrentando convidamos o Historiador e Fotografo alagoano Roger Silva para lançar olhos sobre a imagem do negro no meio midiático. Confira:
“Historicamente a imagem de pessoas negras foram alvos de produção e reprodução, que em sua maioria não representavam de fato o ser negro. Em meados do século XIX, por exemplo, essas imagens foram convertidas em cartões de visitas, ganharam o mundo como itens de colecionadores, vendidas como souvenirs.
Uma espécie de simbologia imagética do poder da “civilização” do colonizador branco europeu. Passaram-se mais de um século pós-abolição da escravização e infelizmente, ainda não temos um protagonismo negro nos meios da comunicação visual, exceto com alguns casos isolados, como o da modelo britânica, Naomi Campbell por exemplo.
Ainda seguimos uma reta que preza pelo ideário da beleza greco-romana, referência adotada pela Europa colonizadora. É necessário compreender que a curva que essa reta está dando há alguns anos na área da produção da moda, se estenda, e nos traga no mínimo uma equiparação justa em relação aos rostos brancos que estampam esse mundo imagético da indústria da moda e de outros seguimentos que trabalham com a imagem técnica como ferramenta de propaganda e marketing.
Como isso pode se tornar uma realidade? Começando a reconhecer que esses rostos e corpos negros são tão humanos e necessários quanto os que dominam o cenário atual. Nesse sentido comecemos a valorizar de verdade a cultura negra, entendendo que ela não só faz parte de nós, como também pode e será uma imagem que gerará não só a autoestima do ser negro.
Ela fomentará renda para todos os envolvidos de maneira mais equilibrada e justa. Dando não só visibilidade a esses agentes, mas reconhecendo que esses corpos são tão lindos e necessários quanto os demais. E sem dúvidas são! Gerando assim uma oportunidade dessa imagem ser produzida e disseminada de uma forma que todos se vejam representados de uma maneira mais honesta e real.”
Nossa coluna acredita e torce por mudanças!
Instagram: @rogersilvafotos
Look all black da loja Axion
Quem me acompanha sabe que sou completamente apaixonado por produções all black, elas garantem aquele toque de empoderamento instantâneo, são super descomplicadas e rendem um efeito cool ao styling. Abaixo deixo alguns IG’s que me inspiram!
A loja Axion (@_axion) sempre em sintonia com as últimas tendências faz uma curadoria de peças fantásticas. Não perdi tempo e já montei looks lindos, e vou compartilhar o primeiro deles com vocês. Nessa produção apostei no “pretinho nada básico”. A modelagem e qualidade das roupas são impecáveis, as peças tem uma ar moderno e dialogam entre si. O resultado foi essa produção visualmente simples, mas cheia de informação de moda. Espero que gostem!
Ficha técnica
Fotos: @woulthamberg
Óculos: @oculosexodo
Look: @_axion
Acessórios: @requintejoias_
Sapato e bolsa: Acervo pessoal
Serviço:
Axion está em novo endereço, agora em frente à Caixa Econômica na Rua Cincinato Pinto, – Centro. Fone: 082 3026 6250
Damyller aposta no grafismo para o verão’18
Quem me acompanha no Instagram @_wilsonsmith sabe que sou fã de uma certela de cores mais sóbria, e quando vem no combo P&B então, é amor declarado. Achei incrível a nova linha da Damyller, que aposta em prints com a repetição de padrões simples e abstratos, com diagonais e linhas gráficas, essa trend é super cool e gera um mood futurista, sem dúvidas o geométrico contemporâneo já é hit.
Estou apaixonado por esses modelos! Foto: @woulthamberg | Arte: @alagoas_fashion
Em preto e branco, as linhas estampam diversos shapes da marca. E para quem busca uma composição descontraída, a dica é combinar com os jeans da coleção, criando uma composição moderna e atemporal. Na arte acima tem uma sugestão de look com essa pegada. Espero que tenham gostado. Forte abraço!