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“The C” da Charth: Vinho, Brilho e Sofisticação Marcam a Nova Coleção
29 de outubro de 2024

DEPEDRO: Marca com alma nordestina e um DNA ancestral

O Diretor Criativo Marcus Figueirêdo ressignifica o que é vestir cultura

Imagine vestir uma história. Não apenas um pedaço de tecido costurado, mas uma narrativa que carrega o peso de gerações, o toque artesanal das mãos que a moldaram, e a essência de um povo resistente. Essa é a proposta da DEPEDRO, a marca que nasceu em 2017 no interior do Rio Grande do Norte e, em poucos anos, está sendo vista como uma nova era na moda masculina brasileira.

Criada por Marcus Figueirêdo, um visionário cuja criatividade floresceu entre o barulho das máquinas de costura e os bordados delicados de suas avós, a DEPEDRO desafia o óbvio. “Cresci vendo minha mãe fazer nossas roupas, tirando moldes de revistas e transformando tecidos simples em peças únicas. Para mim, a moda masculina sempre foi um mar de mesmice, com suas paletas previsíveis de preto, cinza e azul marinho. Eu queria algo mais vivo, mais autêntico, mais nós,” reflete Marcus.

E ele conseguiu. A DEPEDRO não faz roupas — ela cria conexões. Cada peça traz a alma sertaneja, com crochês delicados, rendas renascença e bordados que contam histórias de ancestralidade. Quando alguém veste uma peça DEPEDRO, ela não está apenas usando uma roupa; ela está abraçando uma narrativa que transcende o tecido. Quem fez, de onde veio, e o que essa roupa carrega é tão importante quanto o corte ou a cor.

Essa proposta ousada conquistou o coração de um público LGBTQIA+ que busca mais do que moda: quer exclusividade, sustentabilidade e significado. “Nosso público foi se moldando ao longo do tempo, de forma orgânica. São pessoas que se identificam com a autenticidade e que valorizam a moda como expressão de identidade e resistência. Nós trouxemos o crochê de sisal, uma fibra biodegradável, e usamos malhas feitas de garrafa PET. A cada nova coleção, estamos não só criando peças, mas reafirmando nossa responsabilidade com o planeta e com as tradições nordestinas”, relata. 

E o futuro da DEPEDRO é ainda mais promissor, a marca continua explorando formas inovadoras de incorporar artesanias ancestrais em peças contemporâneas. As coleções que vêm por aí prometem o inesperado: bordados, rendas e crochês ganhando vida de maneiras surpreendentes, como a nova técnica com sisal que eleva o crochê a um patamar diferente. “Estamos sempre buscando inovar, mas sem perder nossa essência. Algumas peças serão tão exclusivas que só existirão duas ou três no mundo, como as rendas artesanais que criamos.”

Seja em uma camisa com detalhes em renda ou em um bordado que ecoa a tradição de uma avó sertaneja, a DEPEDRO está mudando o jeito como os homens se vestem. E mais do que isso: está mudando o jeito como eles se conectam com a moda, com a cultura e consigo mesmos.

Nesta jornada, Marcus Figueirêdo está transformando o sertão em tendência, e a moda masculina brasileira vive novas possibilidades.

18 de outubro de 2024

Do Sertão à Passarela: A Foz Transforma História em Moda Atemporal

Na passarela do SPFW, testemunhou-se o encantamento de “O Conto de Laura”, a nova coleção da marca Foz, assinada pelo estilista alagoano Antonio Castro. Inspirada em sua tia-avó Laura — uma mulher que, nos anos 1930, ousou desafiar o patriarcado e romper com a ordem social ao se juntar ao bando de Lampião —, essa coleção resgata, de forma poética e poderosa, uma memória apagada que agora encontra nova vida nas mãos de Antonio.

Como o próprio criador revela, a história de Laura foi silenciada ao longo das gerações de sua família, fruto da rebeldia de uma mulher que se recusou a se encaixar nos moldes impostos pela sociedade de sua época. Sua fuga, carregada de simbolismo, é agora reinterpretada por Antonio, que, em sua liberdade artística, reescreve essa narrativa em forma de roupas, utilizando os códigos do ofício para dar voz e vez a essa mulher que o tempo tentou apagar.

Na coleção, Antonio imprime a mesma força subversiva de sua tia-avó, traduzida em peças que, embora delicadas, carregam consigo a potência da resistência. Técnicas artesanais como a renda filé, o bordado, o bilro e o fuxico compõem vestidos, tops e calças que celebram a riqueza de um Brasil tramado por muitas mãos. Os tons terrosos e neutros, aliados aos tingimentos naturais, tecem um diálogo entre passado e presente, conectando o fazer manual com a herança cultural e reafirmando o valor dessas práticas na moda contemporânea.

O cenário do desfile adiciona uma camada ainda mais simbólica à narrativa. Sobre uma imponente cama de madeira com dossel — a maior já construída na Ilha de Ferro —, a atriz Nataly Rocha repousava, representando a letargia de uma memória adormecida. Quando, ao final, ela se levanta, revelando que os lençóis que a cobriam eram, na verdade, um longo branco com uma vasta cauda, o ato de despertar ganha uma força extraordinária — é Laura renascendo, assim como tantas outras vozes femininas que foram silenciadas ao longo da história.

Mais do que uma coleção de moda, “O Conto de Laura” é um manifesto de resgate. Antonio, enfrentando seu próprio “cangaço contemporâneo” nas ruas de São Paulo, ultrapassa as barreiras impostas para abrir espaço a uma moda que não apenas celebra o fazer manual, mas também reivindica seu lugar na narrativa cultural. Ele transforma memórias em arte, trazendo à tona histórias que, como a sua própria, precisam ser contadas. Ao fazer isso, vive seu sonho de olhos bem abertos, honrando as potencialidades de suas raízes e do talento que, na passarela, emociona profundamente quem o assiste.

Tanto a história de Laura quanto a de Antonio e sua Foz revelam que a moda é mais do que um simples ato de vestir: ela é uma linguagem múltipla, que também pode beber de memórias e sonhos. Na Foz a passarela deixa de ser apenas um palco de tecidos e formas, e se transforma em um território onde histórias ganham corpo, o presente é desafiado e o futuro, poeticamente, reimaginado.

Fotos: Agência Fotosite 

13 de outubro de 2024

Mithe Kids Celebra Inauguração de Loja Física com Festa para Toda a Família

Após um ano de sucesso como loja online, a Mithe Kids, especializada em moda infantil masculina, está prestes a dar um grande passo. No dia 12 de outubro de 2024, a marca vai inaugurar sua primeira loja física, trazendo a qualidade e estilo de suas coleções diretamente para o público. A empreendedora Luana Oliveira, mãe dos pequenos João Miguel e Théo, é a força por trás da marca, que oferece desde regatas e camisas básicas até calças e bermudas, tudo pensando no conforto e estilo das crianças.

A inauguração promete ser um evento especial para toda a família, com muita pipoca, algodão doce e diversão garantida para a criançada. O evento será realizado na Rua Artur Silva Peixoto, Nº 10, com início às 10h. Os visitantes poderão conhecer de pertinho a nova coleção.

Venha comemorar com a Mithe Kids e conferir de perto as novidades que vão vestir seus pequenos com estilo e conforto. Será um dia cheio de alegria e surpresas! Instagram: @mithekids

Fotos: Roger Silva @rogersilvaestudio
5 de outubro de 2024

Moda Autobiográfica: Jonhson Alves e a Conexão com as Raízes do Brasil

Desde 2005, Jonhson Alves vem construindo uma trajetória marcante no universo da moda, destacando-se por sua autenticidade e seu estilo único. Tendo iniciado sua jornada com uma formação sólida, incluindo uma pós-graduação e participações em renomados eventos como o Dragão Fashion (DFB) e o Senai Brasil Fashion, onde teve a oportunidade de ser orientado por Alexandre Herchcovitch, Jonhson Alves é um nome dotado de muito potencial criativo.

Sua marca, que surgiu oficialmente em 2018, é um reflexo profundo de suas vivências pessoais e culturais. Com uma pegada que ele define como “auto-biográfica”, Jonhson utiliza suas criações para contar histórias ligadas ao interior do Brasil, trazendo à tona costumes e tradições populares que muitas vezes não recebem a devida visibilidade. A influência de figuras femininas próximas, como sua mãe e tias, além de estilistas icônicos como Alexandre Herchcovitch, Lino Villaventura e Vera Arruda, foi essencial no desenvolvimento de sua identidade como designer.

Uma das características mais fortes do processo criativo de Jonhson é a conexão emocional e cultural com suas raízes. Suas coleções não são apenas roupas, mas verdadeiras narrativas que celebram a riqueza e a diversidade do Brasil. Entre suas coleções mais marcantes estão “Bonecas de Tieta” (2016), “A Roça” (2017) e “As Benzedeiras” (2023), que retratam uma homenagem comovente à sua bisavó, uma benzedeira. Essa coleção, em particular, carrega um significado especial para Jonhson, conectando-o às suas memórias familiares e à espiritualidade popular. O último fashion show foi no Renda-se. 

No que diz respeito ao perfil de sua marca, o diferencial está na capacidade de Jonhson Alves de transformar o cotidiano brasileiro em algo extraordinário. Sua moda é feita para contar histórias, uma característica que o diferencia em um mercado muitas vezes focado apenas em tendências. Além disso, Jonhson é um defensor das fibras naturais, como o linho e o algodão, criando peças amplas e confortáveis que priorizam o bem-estar, sem sacrificar o estilo.

Em um mundo da moda que muitas vezes se perde no imediatismo, a marca Jonhson Alves surge como um sopro de autenticidade e propósito. Através de suas criações, ele consegue não apenas vestir corpos, mas também transmitir emoções, vivências e uma profunda conexão com a cultura popular brasileira. Uma moda para ser vista, vivida e sentida.