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23 de fevereiro de 2025

Joe Santos: o Muralista que Transforma Cidades em Galerias a Céu Aberto

Desde os primeiros traços na infância, Joe Santos sabia que o desenho era mais que um passatempo. Papel e lápis eram as ferramentas de uma mente criativa, moldada por histórias em quadrinhos, animes e os grandes mestres da arte clássica. Hoje, aos 35 anos, o que começou como brincadeira se tornou um propósito de vida, com obras que ressoam em paredes e muros, transcendem o visual e se tornam resistência, diálogo e transformação social.

“Cresci fascinado pelo mundo das HQs, pelos detalhes e as narrativas visuais. Isso me despertou um olhar curioso, que ainda me guia. Com o tempo, percebi que a arte seria o meio de expressar o que sinto e vejo no mundo”, compartilha Joe, que encontrou nas ruas a tela perfeita para dar voz a suas ideias.

A Arte Como Diálogo com o Cotidiano

Para Joe Santos, o muralismo vai além da técnica ou do simples embelezamento. Cada parede tem uma história, e ele acredita que a arte deve dialogar com o espaço e as pessoas que o habitam. “Eu começo observando. Cada local tem sua história, e a minha arte tenta agregar. É uma troca: recebo inspirações do ambiente e deixo um pouco de mim. Tento criar algo que se adeque ao espaço, que converse com ele. Não adianta sair com uma ideia fechada e perceber que ela não se encaixa. É como um improviso ensaiado”, explica.

Essa abordagem reflete sua crença de que a arte pública precisa ser significativa, mais do que decorativa. Joe busca provocar reflexões, inspirar e devolver algo valioso à comunidade. Suas obras, passeiam por diferentes temas, figuras humanas e referências culturais, são um tributo ao cotidiano e à essência das pessoas e lugares que retrata.

“Minha arte é sobre as coisas simples que muitas vezes ignoramos. Fala de pertencimento, das raízes e das histórias que moldam quem somos”, relata Joe.

Do Medo à Liberdade Criativa

A trajetória de Joe Santos, como a de muitos artistas, teve desafios. Seguir uma carreira artística era incerto e envolvia lidar com expectativas externas e internas. “O maior obstáculo para o artista é o medo. Medo de falhar, de não agradar ou de não conseguir viver do que ama. Mas é libertador quando você se desapega disso e foca em ser verdadeiro com sua arte”, reflete.

Hoje, essa autenticidade é o alicerce de seu trabalho. Para ele, muralismo é mais do que pintar muros; é oferecer às cidades e seus moradores uma forma de expressão coletiva. “Uma pintura na rua é um presente. É acessível a todos, sem barreiras. Pode tocar o coração de quem está apenas passando ou de quem mora ali. É mágico e transforma o caos urbano em poesia visual”.

A Rua como Galeria Inclusiva

Joe Santos acredita que a arte urbana tem um papel único na democratização da cultura. Nas ruas, não existem ingressos, nem filtros sociais. Qualquer um pode se conectar à mensagem de uma obra. “A arte urbana é universal. Ela fala com todos, independentemente de classe ou formação. É inclusiva por essência”, pontua. Entretanto, ele também destaca os desafios enfrentados pelo muralismo em tempos de crescente comercialização do espaço público. 

O Futuro do Muralismo: Cultura e Transformação Social

Para Joe, o muralismo é uma ferramenta poderosa de mudança. Ele acredita que as pinturas podem ressignificar espaços, inspirar autoestima e fortalecer identidades culturais, especialmente em comunidades marginalizadas.

“Quando você pinta um lugar esquecido, está dizendo: ‘Vocês importam, suas histórias importam’. É uma forma de resistência e de reescrever narrativas”, afirma.

Joe visualiza cidades onde a arte integra o dia a dia, conectando pessoas e ideias. “Uma parede pode ser mais que concreto; pode guardar memórias, cultura e esperança”. 

Com pinceladas de cor e propósito, Joe Santos continua sua jornada de contribuir com as ruas como uma galeria a céu aberto. Em cada obra, ele deixa um fragmento de si enquanto absorve o que o mundo lhe oferece. No dinamismo da vida urbana, ele encontra a tela ideal para expressar uma arte que é livre, acessível e profundamente humana.

50 Tons de Marrom: A Cor Hit da Estação na Moda e Beleza

50 Tons de Marrom

Chocolate, caramelo, café… A descrição pode até remeter a uma sobremesa irresistível, mas, na verdade, estamos falando das tonalidades que dominam a temporada. O marrom, em suas mais variadas nuances, é a estrela do momento e está presente tanto na moda quanto na beleza.

Make Terrosa

Se você já se deparou com tutoriais de latte make-up, sabe que essa tendência visualmente remete ao café com leite – o queridinho matinal de muitos. A beleza em tons terrosos se une ao latte dressing, criando um leque de opções sofisticadas e versáteis para variar os looks.

It Cor

Hailey Bieber, uma das principais entusiastas da latte make-up, ajudou a popularizar a tendência, que nasceu no TikTok e rapidamente conquistou o mainstream. Mas não é só na maquiagem que os tons quentes brilham – seu guarda-roupa também pode entrar no clima! O segredo? Apostar no mix de texturas, um truque infalível para deixar as produções ainda mais interessantes.

Dominando os Looks

O preto básico é um clássico absoluto, mas que tal dar um tempo para ele nesta temporada? O look monocromático marrom surge como uma alternativa igualmente cool, e nada óbvia. Além de ser versátil e de efeito, ele valoriza todos os tons de pele e ganha um toque extra quando combinado com texturas.

Passarela

Os desfiles reforçaram a presença do couro e dos tecidos naturais, explorando diferentes interpretações do marrom. Na Ferragamo, por exemplo, a silhueta ajustada foi valorizada por detalhes metálicos, enquanto bolsas e sapatos seguiram a mesma cartela de cores, criando uma composição sofisticada e harmônica.

Composição Cool

Apesar de ser naturalmente mais sóbrio, o marrom também pode compor looks despojados e modernos. Invista em peças estilosas, e ouse nas combinações – cores vibrantes ou tons neutros, tudo depende da sua vibe! A única regra? Sentir-se bem com o que veste.

16 de fevereiro de 2025

Aposte nos óculos de lentes coloridas!

Lentes Claras: Hit!

Os óculos de lentes claras dominaram o street style e tornaram-se peça-chave das produções fashionistas. Com uma pegada vintage repaginada, eles equilibram funcionalidade e estilo, adicionando sofisticação a qualquer look. A transparência das lentes permite que os olhos fiquem visíveis, tornando o acessório ideal para complementar desde combinações casuais até alfaiataria moderna.

Olhando o Passado

Os óculos de lentes claras tiveram seu auge nos anos 70 e 80, popularizados por ícones como John Lennon e Yves Saint Laurent. Nos anos 2000, voltaram em versões oversized e coloridas. Hoje, ressurgem com armações retrô e designs futuristas, provando que são um acessório atemporal. Esse resgate histórico reforça seu papel como peça de identidade na moda contemporânea.

Match Style

O street style abraçou os óculos de lentes claras como um elemento essencial de composição. Modelos aviadores, geométricos em acetato e com armações metálicas são os mais vistos em looks urbanos. A peça imprime personalidade e cria um visual estiloso sem esforço, funcionando tanto para produções minimalistas quanto para combinações maximalistas.

Psicologia da Imagem

A escolha dos óculos de lentes claras vai além da estética. Diferente das lentes escuras, que criam um ar misterioso, as lentes claras passam autenticidade e acessibilidade. Elas permitem contato visual direto, criando uma conexão mais aberta e expressiva. Esse detalhe pode ser decisivo para transmitir uma imagem confiante e sofisticada.

Glow Fashionista

Além do estilo, os óculos de lentes claras também desempenham um papel na valorização da beleza natural. Diferente das lentes escuras, que podem esconder parte do rosto, as versões translúcidas realçam os traços e permitem que a maquiagem se destaque. Para um efeito glow, combine os óculos com uma pele iluminada, sobrancelhas bem definidas e um batom vibrante. O acessório também funciona como um aliado para criar composições harmônicas com brincos e outros acessórios, elevando o visual sem exageros.

Preserve seu Estilo

Para um visual clássico, aposte em armações finas e metálicas. Já para um toque fashionista, modelos oversized ou com design geométrico são ideais. Quem gosta de ousar pode investir em lentes com leve coloração, como azul, âmbar ou lilás. A chave é harmonizar o formato do óculos com os traços do rosto, criando um efeito equilibrado e marcante.

9 de fevereiro de 2025

Met Gala 2025: A Elegância como Ativismo na Alfaiataria Negra

História, Moda e Resistência

O Met Gala 2025 promete ser um dos mais elegantes da história, com a exposição Superfine: Tailoring Black Style destacando a influência do dandismo negro na moda. Com um dress code chamado Tailored for You, a expectativa é que os convidados tragam looks personalizados, misturando tradição e modernidade. A alfaiataria, frequentemente associada à formalidade, ganha novos significados quando vista pelo prisma da resistência e da identidade cultural. A interseção entre história, moda e ativismo promete inspirar visuais inesquecíveis no tapete vermelho da primeira segunda-feira de maio.

Dândis

O dandismo negro não é apenas uma estética, mas uma forma de expressão política e resistência cultural. Durante séculos, homens negros usaram a sofisticação no vestir para desafiar os estereótipos raciais e afirmar sua dignidade. Do abolicionista Frederick Douglass aos sapeurs do Congo, a elegância sempre foi uma resposta criativa à exclusão social. O Met Gala 2025 celebrará esse legado, mostrando como a alfaiataria pode ser um ato de empoderamento e autoafirmação. No evento, veremos releituras desse estilo icônico em diferentes interpretações contemporâneas.

Ícones do Met Gala 2025

A escolha de Pharrell Williams, Colman Domingo, A$AP Rocky e Lewis Hamilton como co-anfitriões do Met Gala reflete a conexão entre moda, cultura pop e esportes. Cada um deles carrega uma forte identidade fashion: Pharrell lidera a Louis Vuitton masculina, Colman domina os tapetes vermelhos com seus ternos vibrantes, Rocky é um ícone do streetwear refinado, e Hamilton revolucionou o estilo no universo esportivo. Suas presenças reforçam a diversidade de estilos dentro da alfaiataria negra, prometendo looks ousados e impactantes na noite de gala.

O Código “Tailored for You”

O dress code do Met Gala 2025, Tailored for You, não é apenas sobre roupas bem cortadas, mas sobre autenticidade e expressão individual. A proposta incentiva os convidados a reinterpretarem a alfaiataria negra de forma criativa, seja com cortes clássicos, tecidos inovadores ou acessórios marcantes. Essa liberdade de interpretação torna o evento ainda mais intrigante, incentivando o diálogo entre tradição e modernidade. O que veremos no tapete vermelho será uma celebração da moda masculina em sua forma mais personalizada e sofisticada.

Moda na Diáspora Negra

A exposição Superfine: Tailoring Black Style trará um olhar aprofundado sobre a importância do vestuário na formação das identidades negras ao longo da história. Desde os trajes refinados do século XIX até o dandismo contemporâneo, a moda sempre foi um meio de afirmação e resistência. O evento reforça como a alfaiataria negra não é apenas um símbolo de sofisticação, mas também uma ferramenta poderosa para reivindicação de espaço e representação. A mostra promete inspirar não só os fashionistas, mas também quem vê a moda como um ato político.

O Estilo que Marca Épocas

O conceito do dandismo negro atravessa séculos e continentes, conectando figuras como Frederick Douglass, Duke Ellington e os sapeurs do Congo. Cada um, em seu tempo e contexto, utilizou a moda como um instrumento de afirmação e resistência. O Met Gala 2025 trará essa estética para os holofotes, celebrando como o refinamento no vestir pode ser uma forma de contar histórias e desafiar normas. Com convidados ilustres e um dress code aberto à criatividade, a noite promete ser um marco na moda masculina contemporânea.

5 de fevereiro de 2025

Amanda Bambu desenvolve projeto cultura: Laboratório Itinerante de Fotografia Subversiva 

Projeto leva fotografia como ferramenta de expressão subversiva às periferias de Maceió

Laboratório Itinerante de Fotografia Subversiva, idealizado pela fotógrafa, educadora e artista visual Amanda Bambu, nasce do desejo de transformar as vivências das periferias em narrativas visuais autênticas. O projeto piloto, realizado na Escola Estadual Mirian Marroquin, no Jacintinho, atendeu turmas do período noturno do EJAI (Educação de Jovens, Adultos e Idosos), oferecendo capacitação prática e teórica em fotografia.

A iniciativa é uma ideia que surgiu em 2018, período em que Amanda morou na Grota do Rafael, um espaço marcado pela escassez de acesso à cultura e informação. “Sempre quis levar workshops de fotografia para a comunidade, mas as limitações financeiras e de tempo dificultaram. A ideia ficou guardada, esperando o momento certo para acontecer”, explica Amanda. Esse momento chegou em 2024, graças ao financiamento da Lei Paulo Gustavo, que possibilitou transformar o sonho em realidade.

Um olhar transformador sobre as periferias

O projeto buscou capacitar os estudantes moradores da periferia a usar a fotografia como um meio de expressão subversiva, desafiando estereótipos e criando narrativas que valorizam as identidades locais. “A fotografia é uma ferramenta que está em todas as esferas da contemporaneidade. Quando ensinamos alguém a dominar essa linguagem, permitimos que ele retrate sua realidade com autenticidade. Só quem vive no cotidiano das periferias pode contar essas histórias com verdade”, ressalta Amanda.

As oficinas ensinaram os participantes a explorar as câmeras de seus celulares para capturar o universo ao seu redor. Um dos destaques foi o prêmio para a melhor fotografia, cujo autor compartilhou que as técnicas aprendidas continuam sendo aplicadas em sua vida cotidiana. “Ele nos mostrou que a fotografia é mais que arte; é uma mudança de perspectiva”, relata Amanda.

Além de ensinar a técnica, o projeto fomentou a reflexão crítica sobre como as periferias são representadas na mídia e na sociedade. A iniciativa também fortaleceu os laços entre os participantes, criando um ambiente colaborativo que celebra as vivências e culturas locais.

Planos de expansão e legado comunitário

Embora tenha enfrentado desafios próprios de um projeto piloto, o Laboratório Itinerante de Fotografia Subversiva superou as expectativas, deixando um impacto significativo nos participantes. Amanda Bambu já planeja expandir a iniciativa para outras comunidades de Maceió, aprimorando o formato e abrangendo ainda mais pessoas. “Os becos das periferias têm histórias que só precisam de um incentivo para serem contadas. Nossa missão é amplificar essas vozes através da arte”, afirma.

O projeto também criou um valioso acervo visual das periferias de Maceió, reforçando a importância de preservar as narrativas locais e de promover o empoderamento por meio da arte.

Sobre Amanda Bambu

Amanda Bambu é fotógrafa, educadora e artista visual, com uma trajetória que alia técnica, criatividade e compromisso com causas sociais. Desde 2019, ela desenvolve projetos que combinam arte, narrativa e inclusão. Amanda foi palestrante no Instituto Federal de Alagoas (IFAL) com o tema “Retratos Femininos, Poesia e Arte” e ofereceu oficinas no Sesc Arapiraca sobre fotografia sob uma perspectiva teórica e artística.

Entre seus trabalhos de destaque, Amanda dirigiu a fotografia do filme “Não Existe Almoço Grátis”, expôs no Festival de Fotografia de Tiradentes e na galeria Satellite Project Space, em Londres. Sua obra foi selecionada para integrar a coleção do Banco do Nordeste, além de participar de exposições em eventos como o Festival Pequeno Encontro de Fotografia e o centenário da Semana de Arte Moderna, realizado no Teatro Deodoro.

Além de sua atuação artística, Amanda é reconhecida por seu compromisso com a democratização da arte, especialmente nas periferias, utilizando a fotografia como uma poderosa ferramenta de transformação social e pessoal.