COLUNA #94 LIFE STYLE – JORNAL TRIBUNA INDEPENDENTE
TODO MUNDO USA!
A consagrada marca Havaianas lançou nesta semana, durante o Mês do Orgulho das Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transsexuais, Queer/Questionando, Intersexo, Assexuais/Agênero/Arrômanticas e mais, a linha de produtos em apoio à causa LGBTQIA+. A coleção composta por: body, bolsa, duas sandálias e dois modelos de broches, todos estampados com as cores do arco-íris, terá 7% do valor das vendas revertido para projetos de combate à homofobia e apoio aos direitos da comunidade, como a global All Out. Vale destacar que a doação será constante, já que os produtos serão vendidos de forma permanente, e não apenas durante o mês de junho. Ainda como iniciativa inclusiva a linha terá tamanho até o número 45/46.
CONFORT
O moletom está no ranking das peças mais queridinhas nesses dias de quarentena, por ser descomplicado e confortável. A marca Simples Assim tem o item como carro-chefe e faz sucesso entre os clientes com o seu modelo multicolorido, no melhor estilo sem gênero. No Instagram (@vocesimplesassim) dá para perceber que os lançamentos caíram no gosto de famosos como Eliana, Adriane Galisteu e Yan Acioli. Em tempos de coronavírus, eles também estão produzindo máscaras com os tecidos de suas camisas, outra peça que se destaca no catálogo e que se tornou extremamente necessária durante a pandemia.
TRÈS CHIC
A The Paradise Rio é uma marca sinônimo de desejo, seja pelas estampas dignas de colecionador ou pela funcionalidade das peças, a dupla criativa Thomaz Azulay e Patrick Doering está sempre de olho nas necessidades do mercado e não para de inovar. A mais recente coleção de Homewear, é ideal para ficar em casa e ainda agregar ao visual do home office. Os lançamentos genderless tem duas peças: robe e samba-canção, itens que conseguem ser impactantes pela infinidade de estampas icônicas já características e que fazem parte do DNA da label carioca. Puro desejo!
EXCLUSIVO
Le Male de Jean Paul Gaultier foi criado em 1995, o frasco com uma silhueta masculina e a lata metálica já fazem parte da história da perfumaria. É um dos perfumes masculinos mais vendidos em todo o mundo, para celebrar os 25 anos da fragrância a marca francesa lançou a versão Le Male Pride. A venda está acontecendo com exclusividade na @sephorabrasil. E, até 28 de junho, parte das vendas de Le Male Pride será revertida para a Associação da Parada do Orgulho LGBTQIA+ de São Paulo. O slogan, vem acompanhado da seguinte mensagem: “Não odeie, apenas comemore! Viva o amor!”. Edição comemorativa e super necessária!
COLUNA #93 LIFE STYLE – JORNAL TRIBUNA INDEPENDENTE
Vamos valorizar a arte e artesanato alagoano!
Arte em apenas um click:
Galeria Alagoas Feita à Mão é um espaço digital que reúne trabalho de mestres, artistas populares e artesãos alagoanos
Valorizar os criadores alagoanos sempre foi um ponto presente em nossa produção de conteúdo ao longo das edições. É com muita alegria que compartilhamos o novo reduto virtual para os apaixonados pelo artesanato do Estado. A Galeria Alagoas Feita à Mão, que foi lançada no dia 08/06, a plataforma reúne a produção de diversos artistas locais, facilitando o processo de aquisição e compra dos produtos e contribuindo para a geração de renda no segmento. É possível acessar o site através do endereço: www.alagoasfeitaamao.com.br, o espaço tem uma excelente interface de navegação e é uma experiência digital que conecta o público aos produtores e seus respectivos trabalhos handmade.
Coordenada pela Gerência de Design e Artesanato da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e Turismo (Sedetur), através do programa Alagoas Feita à Mão, a plataforma funciona como um marketplace, aproximando o comprador do mestre, artista popular ou artesão que comercializa sua peça. Toda a negociação, desde a compra até a entrega, será feita através desse contato direto. A equipe levou um mês e meio para alimentar e colocar o site no ar.
“O artesanato também precisa se reinventar nesse momento de crise causada pela pandemia. A Galeria Alagoas Feita à Mão foi constituída pelo Governo dentro da vertente de apoio à comercialização e aos nossos artistas. Agora, a vitrine virtual da arte popular alagoana está disponível e acessível a todos, sem sair da casa”, ressaltou a primeira-dama do Estado, Renata Calheiros.
Com mais de 500 produtos anunciados, e 68 artesãos cadastrados o site reflete a riqueza e diversidade de tipologias de Alagoas, indo desde o bordado filé às esculturas de barro, passando pelo cipó, cerâmica e madeira. Para o secretário do Desenvolvimento Econômico e Turismo, Rafael Brito, a iniciativa reforça o papel do artesanato enquanto agente transformador na vida de centenas de artesãos, contribuindo para a geração de renda e qualidade de vida.
“A maioria das pessoas não conhecem o poder transformador do artesanato dentro de uma comunidade, em termos de desenvolvimento econômico e, principalmente, no desenvolvimento socioeconômico. Nesse sentido, as ações desenvolvidas pelo Governo de Alagoas têm uma função social transformadora a partir da geração de renda. Um espaço digital para a produção artesanal representa a continuidade do trabalho realizado dentro do projeto Alagoas Feita à Mão, estimulando a comercialização e possibilitando o acesso desses profissionais ao mercado mesmo durante o período de isolamento social, garantindo a autonomia e o sustento de centenas de artesãos”, explica o secretário Rafael Brito.
O artesanato alagoano tem muita força e se destaca por sua criatividade. Esse rico conjunto de produtos, formas, materiais, saberes populares e tons surgiu da herança dos povos que por aqui passaram e constituem a cultura brasileira. Saber identificar e estimular a identidade cultural da nossa região por meio do artesanato é de fundamental importância para a cultura e para o artesanato em si.Esse é um avanço extremamente importante e necessário para valorização e acesso ao trabalho artesanal. Todos os criadores cadastrados na plataforma participam de um grupo, onde recebem orientações constantes em reuniões, inclusive, com materiais explicativos em vídeo para auxiliar os profissionais no processo de preenchimento e acesso da plataforma. Desejamos vida longa para Galeria Alagoas Feito à Mão.
Serviço:
Para os interessados em participar, a plataforma está aberta para artesãos individuais, mestres, artistas populares e entidades representativas que possuam a Carteira Nacional do Artesão atualizada. Para se cadastrar na Galeria Alagoas Feita À Mão é preciso preencher um formulário, e aguardar aprovação da Gerência de Design e Artesanato, que fornecerá o login de acesso. Em caso de dúvidas, a equipe está disponível através do WhatsApp do Alagoas Feita À Mão, no número (82) 98705-7998.
CRISE FASHION
A poderosa rede de fast-fashion Zara comunicou que vai começar a fechar lojas em todo o mundo devido à pandemia da Covid-19, a quarentena mantém muitas lojas sem funcionar desde meados de março. A empresa-mãe da fast-fashion, Inditex, anunciou seus planos de fechar entre 1.000 e 1.200 lojas nos próximos dois anos e desviar recursos para estratégias de vendas online. Ainda não se sabe exatamente quais locais da Zara serão afetados, mas os fechamentos serão “lojas no final de sua vida útil” e “cujas vendas podem ser transferidos para lojas próximas e online”, informou a empresa em comunicado. O cenário pandêmico tem afetado toda rede produtiva e a tecnologia tem sido amplamente explorada, em contraponto a essa revolução digital muitos profissionais estão perdendo seus empregos.
POWERFUL
Após vários meses de especulação, a revista Harper’s Bazaar americana tem uma nova editora-chefe, principal posto dentro de uma revista. Samira Nasr, que era diretora de moda da Vanity Fair americana, assumirá o cargo em julho. Nasr, nascida em Montreal é a primeira pessoa negra a editar a revista. Não poderia ser mais oportuno o momento para assumir o posto mais alto da Bazaar, revista que data de 1860, diante do atual debate sobre o racismo essas quebradas de padrões precisam ter visibilidade para que outras grandes organizações também incorporem pessoas de todas as etnias em seus quadros de colaboradores.
DIVERSIDADE
A Prints for Pride é uma iniciativa do publisher Juliano Corbetta, junto com a fotógrafa Mariana Maltoni. O projeto visa arrecadar recursos para a manutenção de casas de acolhimento de pessoas LGBTQIA+ no Brasil através da venda de fotos e outros produtos, como moletons e bonés. Tanto as fotos quanto os outros itens estão disponíveis para a compra no site da www.bannanna.com.br até o dia 05 de julho, quando se encerra a primeira etapa de arrecadação do projeto, que terá 100% da renda direcionada à Casa 1, centro cultural e república de acolhida para pessoas da comunidade que são expulsas de casa.
RENOVAÇÃO
Com o cenário mundial em constante – e turbulenta – mudança, falar sobre evolução nunca foi tão pertinente. Seja a pauta social, econômica ou ambiental, a advertência “ei, há uma maneira melhor de tocar as coisas”, vale para todos. Inclusive para a Pandora, maior fabricante joalheira do mundo, que, no olho do furacão, tomou uma providência eco-friendly: irá trabalhar, apenas, com metais reciclados. A nova diligência da marca garante que a mudança não irá impactar na qualidade das joias. Que essa decisão seja incorporada por outras marcas!
COLUNA #92 LIFE STYLE – JORNAL TRIBUNA INDEPENDENTE
#VOZESPRETAS
Fabiano Gomes é Editor do Blog O Cara Fashion (@ocarafashion), aos 33 anos, ele é Bibliotecário e Cientista da Informação, com extensão em Jornalismo de Moda. O conteúdo que compartilha nas redes sociais e no blog é realmente impecável. Além das pautas de moda, as sociais também estão sempre presentes em sua narrativa. Em entrevista ao suplemento ele nos concedeu um depoimento que dá início a série #VOZESPRETAS, que irá aparecer com frequência por aqui. Sobre a relevância dos influenciadores digitais no atual cenário ele reforça: “Acredito que o papel dos influenciadores neste momento é de grande importância. Uma vez que temos voz dentro uma comunidade, precisamos saber levar informação e posicionamento de forma transparente ao nosso público. Se você não estiver influenciando de maneira positiva e transparente a comunidade de seguidores e leitores que te acompanham, seu trabalho não está sendo feito”, fica a reflexão.
GALERIA DIGITAL
A valorização do trabalho handmade sempre foi um pilar em nossa linha editorial, e é com muita alegria que compartilhamos com vocês o lançamento da Galeria Alagoas Feito à Mão, no espaço digital www.alagoasfeitaamao.com.br, é possível conhecer, negociar e adquirir peças de mestres, artistas populares, designers e artesãos alagoanos. Um projeto do Governo de Alagoas e Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo. O site está no ar com mais de 500 produtos anunciados. Nossa coluna fez uma curadoria de 5 marcas encabeçadas por empreendedoras criativas e que tem produtos genuínos e especiais. Vale conferir!
A artesã Petrúcia Lopes cria peças de vestuário e decoração com o bordado filé. Sempre com um olhar contemporâneo, sem perder suas raízes culturais. | @ateliepetrucialopes
A Zicota é comandada por Josse Leah, é uma marca handmade de moda, acessórios e decoração em crochê. As criações são modernas e cheias de identidade. | @zicotaoficial
A Flor de Caroá é uma marca que mantém o regionalismo em seu DNA. É idealizada pela sertaneja de Batalha-AL, Júlia Ferreira. | @flordecaroa
A Designer Solange Arruda comanda a marca que leva seu nome e desenvolve acessórios e itens de decoração, as icônicas mandalas em crochê já estão no mercado há 15 anos. | @solangearruda
A Trapilho Chic é uma marca alagoana handmade que tem Carol Couto como Diretora Criativa. O ateliê trabalha com artesãs que foram capacitadas profissionalmente junto com a ONG MANDAVER. | @trapilhochic
COLUNA #91 LIFE STYLE – JORNAL TRIBUNA INDEPENDENTE
Uma edição importante e necessária, vale conferir!
Moda com essência
Conversamos com Tenka Dara, Diretora Criativa da Baobá-Brasil, marca pioneira da moda afro-brasileira
Ampliar conhecimentos é sem dúvidas a melhor forma de se despir dos preconceitos e estabelecer uma nova amplitude de sentidos. A inquietude criativa de Tenka Dara, à frente da Baobá-Brasil, tem aberto novos caminhos para moda afro-brasileira. A marca está no mercado há 14 anos e é fruto de uma conexão da Diretora Criativa com Moçambique. O momento de efervescência nos debates sobre a cultura negra conectou o TUDO a essa talentosa Designer que desenvolve mais do que roupas, existe uma proposta de mundo e de estética em cada peça.
Filha de dois importantes militantes do movimento negro, Tanka Dara, hoje aos 40 anos, se formou em Artes Cênicas e Comunicação, mas encontrou na moda um dos seus principais instrumentos de luta e resistência. Ao visitar sua mãe no ano de 2005 que vive em Moçambique, ela ficou completamente encantada com os tecidos africanos e voltou para São Paulo com o desejo de produzir algo com tudo que tinha visto e vivenciado. E foi desse encontro que nasceu a marca. Ela trouxe diversas capulanas para o Brasil, esse tecido multifuncional estampado com padrões africanos norteou suas criações que trazem a proposta afro-urbana com uma identidade e modelagem muito brasileira.
Foto: Renata Duarte
Nesses 14 anos muitas coisas aconteceram, a jornalista paulista migrou para o Rio de Janeiro na intenção de desenvolver seus trabalhos com comunicação visual. Inicialmente a marca que era um projeto em anexo, e começou de forma despretensiosa pelo gosto da criadora em se vestir e do desejo de ter roupas que a representassem, não demorou muito para perceber que existia uma demanda no mercado. Muitas pessoas queriam vestir essa identidade e em pouco tempo o que era uma experiência com roupas se transformou em uma loja e um negócio.
Tanka Dara tem uma narrativa muito forte, e entre os muitos ensinamentos ela destaca a moda como um ato político: “Estética é política, quando assumimos uma identidade no vestir levamos para um mundo um discurso, que é extremamente importante, o que escolhemos como fala no que a gente veste interfere no mundo, porque a roupa fala! Se você escolhe uma roupa que te deixe igual a todo mundo, você fez uma opção, mas quando escolhe uma roupa que fala sobre você, sobre o que acredita, sobre a sua identidade, a sua origem, a sua alma, você afirma para o mundo essa identidade e leva a possibilidade de viver essa pluralidade”, nos contou durante a entrevista.
A moda tem um papel extremamente importante na mudança e na construção do mundo, precisamos estar atentos ao que vestimos, ao que escolhemos comprar, e a criadora reforça a importância de consumir de pessoas e projetos que queremos verdadeiramente apoiar.
O mercado ainda é fechado para moda afro, é um segmento a parte da moda brasileira. “Não sei se tenho interesse real em fazer parte da moda brasileira, mas sim de interferir no que é a moda brasileira e isso é um grande desafio porque as nossas vozes ainda são apagadas, a nossa estética é vista como algo folclórico, como algo secundário”. No entanto é preciso mais do que nunca ter clareza que a identidade brasileira é determinada pela presença negra. Apoiar projetos como a Baobá-Brasil é desconstruir esse cenário tão eurocentrado e branco que temos na moda atualmente.
Em nossa coluna LIFESTYLE sempre queremos abordar a moda sob as perspectivas amplas, que englobem política, economia e questões sociais. Para uma melhor compreensão das temáticas. Diante do cenário acalourado sobre o racismo que estamos enfrentando convidamos o Historiador e Fotografo alagoano Roger Silva para lançar olhos sobre a imagem do negro no meio midiático. Confira:
“Historicamente a imagem de pessoas negras foram alvos de produção e reprodução, que em sua maioria não representavam de fato o ser negro. Em meados do século XIX, por exemplo, essas imagens foram convertidas em cartões de visitas, ganharam o mundo como itens de colecionadores, vendidas como souvenirs.
Uma espécie de simbologia imagética do poder da “civilização” do colonizador branco europeu. Passaram-se mais de um século pós-abolição da escravização e infelizmente, ainda não temos um protagonismo negro nos meios da comunicação visual, exceto com alguns casos isolados, como o da modelo britânica, Naomi Campbell por exemplo.
Ainda seguimos uma reta que preza pelo ideário da beleza greco-romana, referência adotada pela Europa colonizadora. É necessário compreender que a curva que essa reta está dando há alguns anos na área da produção da moda, se estenda, e nos traga no mínimo uma equiparação justa em relação aos rostos brancos que estampam esse mundo imagético da indústria da moda e de outros seguimentos que trabalham com a imagem técnica como ferramenta de propaganda e marketing.
Como isso pode se tornar uma realidade? Começando a reconhecer que esses rostos e corpos negros são tão humanos e necessários quanto os que dominam o cenário atual. Nesse sentido comecemos a valorizar de verdade a cultura negra, entendendo que ela não só faz parte de nós, como também pode e será uma imagem que gerará não só a autoestima do ser negro.
Ela fomentará renda para todos os envolvidos de maneira mais equilibrada e justa. Dando não só visibilidade a esses agentes, mas reconhecendo que esses corpos são tão lindos e necessários quanto os demais. E sem dúvidas são! Gerando assim uma oportunidade dessa imagem ser produzida e disseminada de uma forma que todos se vejam representados de uma maneira mais honesta e real.”
Nossa coluna acredita e torce por mudanças!
Instagram: @rogersilvafotos